Jornais pagam salários abaixo do piso
A precarização das relações de trabalho – rebaixamento salarial, não pagamento de horas extras, assédio moral, postos de trabalho ocupados por estagiários – que prejudica os jornalistas que atuam em Belo Horizonte e região metropolitana é ainda mais grave quando observamos de perto a realidade da categoria nas cidades do interior do Estado.
Em Montes Claros (Norte de Minas) jornais como “O Gazeta Norte Mineira” e “Jornal de Notícias” pagam aos trabalhadores da notícia salários abaixo do já achatado piso de R$ 1.637,29 para jornais diários e de R$ 1.464,15 para publicações com outra periodicidade. O “Jornal de Notícias” paga absurdos e vergonhosos R$ 738,00 e o “O Gazeta Norte Mineira” cerca de mil reais.
As irregularidades em todo o interior do Estado não se limitam ao descumprimento do piso legal. Vão desde contratos precários a explicita sujeição da prática profissional aos interesses “coronelistas” de cada região. É intolerável que os Jornalistas de Minas continuem submetidos a acúmulos de funções, atraso de salários, cargas horárias ilegais e não pagamento de direitos trabalhistas, entre outras formas de exploração que ocorrem no interior em intensidade ainda maior do que na capital.
Para combatermos os problemas enfrentados pela categoria no interior de Minas, é urgente a criação de subsedes regionais em várias cidades do nosso Estado: Montes Claros, Paracatu, Ipatinga, Governador Valadares, Divinópolis, Três Marias, Varginha e tantos outros polos regionais. E onde existir companheiros dispostos a se organizarem na luta por melhores condições de vida e trabalho.
Os avanços necessários na linha da valorização dos Jornalistas Minas só serão viáveis a partir de uma atuação firme, combativa e consequente da diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, hoje tão vaga nesta gestão como em outras. No resgate da nossa dignidade profissional precisamos fixar uma prática e objetivos políticos claros e não de festas e discursos fáceis e vazios que ocultam a realidade.