Folha demite e precariza profissão

Ao mesmo tempo em que demite de uma só vez 15 jornalistas, a Folha de São Paulo promove um programa de treinamento para futuros "jornalistas" afrontando a fundamental e necessária exigência do diploma para o exercício crítico e digno da profissão. 

O propósito do corte seria ajustar as contas do exercício que se encerra, porém, anúncio divulgado na edição do dia 29 de setembro convida estudantes e recém-formados de qualquer área do conhecimento a fazer um curso rápido de jornalismo para se credenciar a trabalhar no próprio jornal. Essa iniciativa demonstra que o objetivo das demissões é reduzir custos contratando mão de obra mais barata. 

A complexidade da produção jornalística, a capacidade de reflexão crítica dos fatos pelo trabalhador da notícia – formador de opiniões, consciências e saberes – está diametralmente oposta a cursos rápidos e rasos que qualquer instituição ou os próprios jornais possam oferecer. A luta pela defesa da nossa profissão e pela garantia de direitos históricos conquistados pelos trabalhadores, no caso específico dos jornalistas, passa inevitavelmente pela defesa do diploma e assume importância irrevogável em suas frentes de luta: movimento estudantil e movimento sindical.

Sem dúvida o resgate do diploma é imprescindível para a dignidade profissional e para a luta contra a desvalorização da categoria, que sofre com demissões arbitrárias. Entendendo o jornalista como um trabalhador em uma sociedade de classes, defendemos o diploma como bandeira indispensável para um sindicato combativo de trabalhadores. Brademos: Diploma já!

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