Casa dos jornalistas selará laços entre o Estado e o Sindicato

Diretoria do SJPMG pretende
transformar o sindicato em ONG

O sindicato dos jornalistas apresentou no inicio do mês de novembro a nova diretoria da Casa dos jornalistas de Minas Gerais. A casa que surgiu na época da ditadura como um espaço de proteção para que as práticas sindicais pudessem continuar existindo mesmo com toda perseguição política aos jornalistas, hoje tem a proposta de se tornar uma OSCIP, ou ONG e um aparelho do sindicato atual.

Sendo assim, ela hoje se apresenta como a prática sindical da atualidade,vazia de seu sentido real. Ela surge como mais um engodo à classe trabalhadora. Ao invés de apresentar propostas de lutas concretas junto a nossa categoria, como, por exemplo, por melhorias de salários, melhores condições de trabalho, e campanhas contra o assédio moral, ela se esquiva do confronto contra os patrões e da unificação de nossos companheiros através palestras e cursos vazios de sentido, acadêmicistas desmobilizantes, assembléias e encontros segregados que enfraquecem e esvaziam nosso sindicato.

Com propostas confusas e contraditórias, a Casa dos jornalistas reaparece como um espaço de confraternização, de aproximação dos jornalistas, para demonstrar a importância e o papel dos jornalistas mineiros, um espaço cultural, um espaço assistencialista, acadêmico, um espaço de resgate a memória da história dos jornalistas de Minas Gerais. Ora, nem é preciso explicar o porquê da confusão, mas o porquê da contradição merece algumas considerações.

Deseja-se criar um espaço para a construção da memória dos jornalistas de Minas Gerais, com a destruição da atual sede do sindicato - que foi um espaço histórico na época da ditadura e tem uma historia para sua aquisição, através de muita luta de nossos companheiros - para erguer um prédio de oito andares.

Com tais propostas, a Casa dos jornalistas dá as mãos ao sindicato. A Casa tem hoje a proposta de ser uma OSCIP, geradora de renda própria e a rrecadar então fundos governamentais, proporcionando assim, eventos, congressos, cursos, que até então deveriam ser bancados pelo próprio sindicato. Desta forma a diretoria do SJPMG, mais uma vez se esquivado confronto, só que agora caindo em uma aliança patronal.

Nós, jornalistas, não precisamos de mais um espaço de confraternização e aproximação de nossos pares como foi proposto à Casa dos jornalistas. Esse espaço já existe. Precisamos sim, de práticas sindicais condizentes com a realidade dos trabalhadores.

A Oposição Sindical acredita que somente um sindicato de trabalhadores seja capaz de unificar os jornalistas nas mesmas bandeiras de luta. A criação de mais um espaço é só mais um na lista dos equívocos da prática sindical levada pela diretoria atual que vê em nosso sindicato um local de exercício da cidadania e não um espaço de luta.

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