Abandonar velhas prática para se aproximar da base sindical

Organizar a luta sindical pela base, na defesa de seus interesses concretos e imediatos para fortalecer a categoria dos jornalistas. Esse, sem dúvida, deve ser o eixo da política de um sindicato classista, cujo compromisso é com a classe trabalhadora. E é, apartir da constatação de que hoje nosso sindicato passa por uma crise de representatividade, que nós da Oposição Sindical propomos a isenção da anuidade na primeira sindicalização de todos companheiros já formados e a redução da mesmapara R$ 100,00.

É claro, que por si só, essa ação não garante a mobilização da categoria. Mas é sem dúvida um passo importante para aproximarmos novos companheiros e dar mais dinâmica ao Sindicato dos Jornalistas na luta pela defesa dos nossos interesses. Obviamente, outras ações como, por exemplo, a unificação das campanhas salariais, fim do banco de horas, campanha contra o assédio moral e defesa intransigente do diploma de jornalista são bandeiras com potencial para reunir a categoria em torno de seus interesses.

Entretanto, somente as palavras de ordem não bastam, temos de levar em consideração a questão do método, pois uma prática recuada só nos leva ao caminho da conciliação e da conseqüente precarização e desvalorização da nossa categoria,que se traduz na desregulamentação da profissão e achatamento dos salários. Por isso, a criação de instâncias burocráticas como a “Casa dos Jornalistas”e a “Ouvidoria” não são respostas à necessidade da retomada do caráter classista de nosso sindicato.

A “Casa dos Jornalistas” não passa de uma OSCIP, cuja atuação só servirá para diluir de vez por todas o caráter classista do sindicato e institucionalizar o ongosindicalismo. Já a“Ouvidoria” é mais uma iniciativa de domesticação dos conflitos entre patrões e sindicatos, cujos problemas identificados nos locais de trabalho serão inicialmente repassados às empresas, como afirma opresidente do SJPMG, em matéria publicada no site:

“O resultado do levantamento será encaminhado diretamente à direção de cada uma das empresas ou órgãos públicos, a fim de que os problemas sejam sanados o mais rapidamente possível. Caso não sejam solucionados, tomaremos outras iniciativas, como acionar a Justiça do Trabalho ou o Ministério Público do Trabalho, por exemplo”, disse Aloísio. (noticía publicada em 17/11/2008, no seguinte endereço: http://www.sjpmg.org.br/novo/gera_conteudo.asp?id_materia=1564 )

Enfim, essa proposta da diretoria transforma o sindicato numa espécie de ombudsman das empresas, a medida em que os problemas enfrentados pelos jornalistas – velhos conhecidos de todos nós – serão relatados aos patrões para que estes num ato de boa vontade e cordialidade os solucione. Caso contrário, buscarão a morosidade da justiça, conduzindo nossas bandeiras pelo caminho da conciliação, retirando a luta política do eixo de sua ação sindical, contribuindo sistematicamente para a despolitização e desmobilização da categoria.

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