Sindicato Virtual não fortalece a categoria

A glorificação de um “Sindicato Virtual” feita pela diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJMPG), em mensagem enviada por correio eletrônico, no dia 13 de setembro, não pode ser tratada com ironia, nem tão pouco pode ser vista como uma mera adaptação às facilidades tecnológicas disponíveis na internet.           

Apresentado como uma iniciativa inovadora, na verdade, a defesa de um sindicato virtual é expressão de uma prática sindical cada vez mais distanciada dos interesses reais dos jornalistas de Minas, consequentemente da categoria. Como confirmam a agenda ecologista dos congressos estadual e nacional dos jornalistas, e a campanha antibagismo promovida nas redações, que ocupam o lugar das lutas contra o assédio moral, pelo plano de carreira e pela retomada da aposentadoria especial entre tantas outras.           

Historicamente, os sindicatos foram construídos nos locais de trabalho, no dia a dia das categorias que representam, no contato direto com a classe trabalhadora, com muita sola de sapato e luta. De fato temos de usar as facilidades tecnológicas mas não podemos assumir esse discurso como uma grande novidade para o sindicalismo e sim como uma adequação aos tempos.           

Para o fortalecimento do sindicato é indispensável a presença nas redações, mas também é fundamental o desenvolvimento de ações que aproximem a categoria da sua casa, da Casa dos Jornalistas. E a visão geral de um Sindicato Virtual, inclusive com a afirmação de que o voto na próxima eleição será pela internet - o que feriria o estatuto da instituição -, compromete a reorganização do SJPMG pela base. 

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