Congresso Nacional dos Jornalistas expressa crise de representatividade do sindicalismo
Com o tema "Os Desafios do Jornalismo e sua Contribuição para o Desenvolvimento Sustentável”, o 35º Congresso Nacional dos Jornalistas, que será promovido pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), entre os dias 7 e 10 de novembro, em Rio Branco, no Acre, é sintoma do distanciamento da Federação dos interesses concretos e imediatos da categoria, caracterizado pela crise de representatividade por que passa o sindicalismo brasileiro.
Na pauta do congresso, destacam-se discussões como “A atuação pública do Jornalismo como forma de enfrentar os interesses poluentes”. Ora, sem deixar de lado a importância da preservação do meio ambiente, a prática sindical deve se pautar pelas reivindicações das categorias que representam.
Ano após ano, a categoria enfrenta o achatamento salarial, o acúmulo de funções, o descumprimento dos acordos trabalhistas, o assédio e o constante fantasma do desemprego entre tantos outros problemas, que deterioram as condições de trabalho dos jornalistas. Diante desse quadro de precarização das relações de trabalho, não resta dúvidas de que a prioridade dos trabalhadores da notícia é a luta por melhores salários, fim do banco de horas, plano de carreira, vale refeição, entre outros, e não “A sustentabilidade ambiental e o novo modelo econômico mundial”, tema da palestra magna do congresso.
Então, a quem serve a sustentabilidade? A agenda do “desenvolvimento sustentável”, cujo discurso aponta para a necessidade de se desenvolver a economia com sustentabilidade, seja explorando a natureza ou a força de trabalho, não passa de um discurso para diluir a consciência de classe dos trabalhadores, ocultando as contradições entre capital e trabalho. Não por acaso, o encontro será realizado no condomínio da Federação do Comércio do Acre.
O patrocínio da iniciativa privada, de prefeituras e governos estaduais, assim como ocorreu no 12º Congresso Estadual dos Jornalistas Profissionais de Minas, e já se anuncia no congresso nacional da Fenaj, fere a independência e autonomia sindical, preceitos defendidos pela Oposição Sindical dos Jornalistas de Minas (OSJM) em sua Carta de Princípios.
Assim como no congresso estadual, os delegados da OSJM, eleitos com ampla votação na plenária final do 12º congresso, comprometem-se a lutar no 35º Congresso Nacional dos Jornalistas pelo fortalecimento de nossa categoria, defendendo a retomada da luta pelos interesses reais e imediatos dos trabalhadores da notícia, preservando a autonomia e independência sindical, no fortalecimento da categoria e na construção de um sindicalismo forte e combativo.
A prática sindical deve se pautar pelas reivindicações das categorias que representam