Sindicato de trabalhadores ou do governo?

A Oposição Sindical dos Jornalistas de Minas (OSJM) sempre defendeu, inclusive em suas propostas apresentadas à categoria na eleição de maio passado, a necessidade de o nosso sindicato ampliar a prestação de serviços jurídicos aos associados de modo a fornecer assistência advocatícia gratuita em todos os tipos de causas, não se limitando a causas trabalhistas como ocorre atualmente. Defendemos e propomos, ainda, que esta assistência jurídica global de estenda a jornalistas não associados.

Dito isso, não podemos concordar com a postura legalista assumida pela diretoria do nosso sindicato na reunião com aposentados realizada no último dia 4, que teve como pauta a desaposentadoria, instituto jurídico pelo qual o trabalhador aposentado que continuou trabalhando busca a substituição da aposentadoria anterior por uma nova, com o acréscimo das novas contribuições para efeito do cálculo dos rendimentos da nova aposentadoria que está pleiteando.

De lado a explanação precisa da companheira advogada convidada a explicar em palestra os detalhes da desaposentadoria, nos causou perplexidade – que colocamos como ponto de reflexão para toda a categoria – o fato de a diretoria do nosso sindicato em momento algum acolher a idéia de um combate político à política previdenciária do governo. Ora, sabe-se que o ex-presidente Lula da Silva vetou peremptoriamente a lei que derrubaria o malfadado ‘fator previdenciário’, que impossibilita qualquer traço de justiça nas atuais aposentadorias concedidas aos brasileiros, jornalistas incluídos.

Em momento algum da reunião a diretoria do sindicato responsabilizou o politicamente governo federal pela linha oficial de sustentação da negativa de reconhecimento do direito à desaposentadoria levada a efeito por seus representantes legais em juízo. Mantida a postura jurisdicista, a diretoria do nosso sindicato se fez de surda à sugestão de um companheiro da OSJM no sentido do desencadeamento de uma campanha política em níveis estadual e federal contra os abusos cometidos pelos governos Lula e Dilma contra os mais elementares direitos previdenciários dos trabalhadores brasileiros. Em sua intervenção, o companheiro ponderou da necessidade de a Federação Nacional dos Jornalistas assumir também esta luta. Nada lhe foi igualmente respondido.

A causa da inação da diretoria do nosso sindicato e da direção da Fenaj frente a mais esta traição perpetrada pelo governo federal aos trabalhadores deste país é clara: a política adotada por estas diretorias de submeter os interesses dos trabalhadores aos interesses políticos deste governo. É preciso ir às ruas, organizar paralisações e greves, a exemplo do que já estão fazendo trabalhadores de todo o mundo diante do aguçamento da exploração patronal. Foi na linha de defesa da autonomia e independência dos sindicatos brasileiros que surgiu a Oposição Sindical dos Jornalistas Minas. E é na linha da defesa intransigente destes princípios que mantemos aqui nosso compromisso de luta com a categoria.

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