Unidade e Luta

Categoria unifica campanha salarial
   
A campanha salarial dos jornalistas mineiros deste ano já traz a marca de uma diferenciação que certamente a qualifica como um marco na luta em busca de melhores condições de vida e de trabalho e, igualmente, na nossa permanente guerra contra o patronato e seus representantes em defesa da dignidade da categoria. Nas duas primeiras assembleias da campanha, respectivamente nos dias 25 de fevereiro (impresso) e 4 de março (rádio/TV), os jornalistas de Belo Horizonte deram a tônica da campa nha deste ano: aprovamos a unificação da campanha. Concretamente, foram aprovadas duas propostas entre outras apresentadas pela Oposição Sindical: unificação da pauta e unificação do piso. Em Uberlândia e em Montes Claros, nas primeiras assembléias realizadas no interior, a categoria do mesmo modo expressou comprometimento com a necessidade de unificarmos forças e esforços.

A decisão de unificar a campanha salarial 2010 é expressão da convicção e do sentimento de que, independente da nossa área de atuação (rádio, TV, impresso, assessoria ou web) e da cidade em que trabalhamos, todos constituímos a mesma categoria, a dos jornalistas de Minas. É por isso que a unificação da pauta das negociações da campanha salarial nos garante mais representatividade e nos fortalece na luta pela dignidade e valorização da nossa profissão. Os companheiros presentes às assembléias não se deixaram enganar pela já velha manobra diversionista patronal, segundo a qual nós teríamos que nos dividir em subcategorias em nossas reivindicações e negociações já que eles estão divididos em vários sindicatos. Se eles estão divididos (o que é apenas uma meia verdade), isso é problema deles. Que não nos contaminem com suas mazelas, que não nos enganem com suas artimanhas.

Dois outros pontos de pauta decisivos aprovados nas duas assembléias da Capital: a exigência da contratação somente de jornalistas diplomados – no interior da luta geral dos jornalistas brasileiros contra a precarização do trabalho e, em particular, contra o desmerecimento e a vulgarização da nossa profissão – e a exigência da fi xação de nosso piso com base no salário mínimo, no caso, aprovando como ponto de pauta a reivindicação específica de estabelecimento de um piso de 06 (seis) mínimos para toda a categoria: impresso, rádio, tv, web, assessoria, capital e interior.

À parte nossas divergências com a diretoria do nosso sindicato – decisivas divergências explicitadas em nossa “Carta de Princípios” em torno da concepção de sindicato e da prática sindical, a serem debatidas em outro plano e outras instâncias da nossa atividade no sindicato –, a Oposição Sindical dos Jornalistas de Minas reafirma aqui seu firme compromisso de atuar junto e em conjunto com a diretoria na batalha da campanha salarial que se abre. Assim foi nas duas assembléias da capital e nas do interior e assim será em todas as formas de luta e deliberação durante toda a campanha salarial. E, pela disposição demonstrada nas assembléias até agora realizadas, que não esperem os patrões que a categoria irá à luta com luvas de espuma. Não nos perderemos, que fiquem certos, em tergiversações pseudojurídicas ou lítero- gramaticais em torno do que quer que seja. Não nos deixaremos envolver em disputas por vírgulas e milímetros. Nossa bandeira, a erguemos desde já: valorização da nossa profissão. E se preciso for, recorreremos à nossa principal arma, a única que os patrões de fato sabem respeitar: a greve!

É neste sentido e nesta direção que a Oposição Sindical se dirige aos companheiros de todas as redações, de todas as assessorias, de todos os locais em que trabalham jornalistas. É hora de resgatar a dignidade de nossa profissão, é hora de dizer um sonoro basta aos desrespeitos que os patrões vêm nos impondo impunemente. Não formaremos nós, os jornalistas mineiros, um batalhão de fugitivos e absenteístas na atual onda salutar de indignação transformada em jornadas grevistas que se espalham pelo país.

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