Oposição Sindical completa dois anos de luta

Em abril deste ano, a Oposição Sindical dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais completa dois anos de luta. E desde sua criação, nas eleições de 2008, a Oposição Sindical tem atuado diariamente na defesa dos interesses da categoria, seja em debates, reuniões, assembleias, congressos, visitas às redações, viagens ao interior do Estado ou manifestações, cuja grande maioria foi efetivada por iniciativa da própria Oposição.

A participação e realização dessas atividades em nome da valorização da nossa profissão, como na luta pelo diploma e nas campanhas salariais, nos autoriza afirmar que o compromisso firmado com os companheiros em 2008, de que a Oposição Sindical dos Jornalistas de Minas não limitaria sua atuação ao pleito daquele ano foi cumprido. Neste período, nos aproximamos da categoria – tanto no interior como na capital –, estabelecendo uma relação de camaradagem e transparência com os jornalistas, que nos valeu inclusive a mudança do nome do jornal para “O Trabalhador da Notícia”, depois de uma reflexão proposta pelo companheiro Dídimo Paiva, constando o nome do coordenador da Oposição Sindical e do responsável pela publicação a fim de que não pairassem dúvidas sobre nosso compromisso com a luta dos jornalistas explicitados em nossa “Carta de Princípios”.

Princípios de independência, autonomia e consciência de classe, eixo de ação e criação da própria Oposição Sindical, que surge num quadro de crise de representatividade do sindicalismo brasileiro, no qual está inserido o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais que até então, com sua política cidadã e institucional que imobiliza a categoria, não tem feito frente à política neoliberal de precarização das relações de trabalho dos jornalistas, cuja principal arma é a ameaça do desemprego.

Entretanto, para além do avanço da política neoliberal contra os trabalhadores, é necessário compreendermos também os efeitos da herança do sindicalismo praticado no país a partir da queda da ditadura 1964-85, período a partir do qual o movimento sindical passou a se colocar a serviço de interesses políticos-partidários à frente dos interesses específicos, imediatos e concretos da classe trabalhadora, cujo efeito é o esvaziamento dos sindicatos e enfraquecimento das principais bandeiras do proletariado. Não defendemos em momento algum um sindicalismo apolítico e nem somos contrários à atuação de militantes organizados partidariamente ou não nos sindicatos, mas temos claro de que sindicato não é partido.

E é justamente em contraposição a essa política sindical hegemônica no país, cujos reflexos sentimos em Minas Gerais, que nos constituímos em Oposição Sindical e adotamos em nossa prática métodos próprios de organização da classe trabalhadora, simples, mas eficazes, como a tiragem de nosso jornal, panfletagens, realização de manifestações públicas, como as que ocorreram em frente à redação do Estado de Minas, TJMG e ALMG, em decorrência do fim da exigência do diploma e reuniões no interior de Minas Gerais, a fim de que possamos unificar e fortalecer nossa categoria na luta pela valorização da nossa profissão. 

Estamos certos de que com os esforços destesdois anos conseguimos problematizar nossa categoria sobre a urgente e necessária reconstrução de um sindicato autônomo, independente e consciente, capaz de fazer frente aos avanços da exploração dos patrões contra os jornalistas mineiros. E empenhados em construir um sindicato forte, combativo e representativo que reafirmamos nossa “Carta de Princípios” e nosso compromisso de continuar lutando pelo ideal de uma profissão respeitada, admirada e valorizada, a dos jornalistas.

Oposição Sindical - Independente, Autônoma e Consciente
Independência
Comprometemo-nos aqui a desenvolver uma prática sindical absolutamente independente frente aos patrões e ao estado – este, enquanto empregador e enquanto governo.

Autonomia
Comprometemo-nos aqui a desenvolver uma prática sindical absolutamente autônoma frente a quaisquer determinações político-partidárias.

Consciência de classe
Somos trabalhadores e nossa solidariedade primeira é com a classe trabalhadora. A responsabilidade social de formadores de consciências que pesa sobre nossos ombros não nos coloca à margem da classe trabalhadora brasileira.

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