Primeiro de Maio – Dia de Luta!

Primeiro de Maio não é dia de festa, não é feriado. É dia de luto e de luta para os trabalhadores conscientes de todo o mundo. Foi neste dia, em 1886, que uma greve geral paralisou os principais centros industriais dos Estados Unidos – Chicago, Detroit, Nova York –, mobilizando cerca de quatrocentos mil trabalhadores. À frente da histórica jornada, entre outros líderes, os operários Albert Parsons, August Spies, Samuel Fielden, Michael Scwhab, Adolph Fischer, George Engel, Louis Lingg e Oscar Neebe. No dia 4 de maio, provocadores a serviço de uma assustada burguesia lançaram uma bomba durante manifestação em uma praça de Chicago, ocasionando a morte de manifestantes e, também, de policiais. Foi o criminoso pretexto utilizado pelos patrões para, em julgamento escandalosamente fraudulento, condenarem à morte aqueles heróis da classe trabalhadora. Apesar dos enormes protesos em nível mundial, apenas Schwab e Fielden tiverem sua penas comutadas em prisão perpétua. Lingg morreu na prisão. Parsons, Spies, Fischer e Engel foram enforcados no ano seguinte.

Em 1889, a Internacional Socialista declarou o Primeiro de Maio Dia Internacional do Trabalhador. No Brasil, a data passou a ser comemorada desde 1895 pelo proletariado, mas oficializada apenas em 1925. De lá para cá em nosso país, a alternância de democracias e ditaduras sempre a serviço dos patrões, tem buscado – com algum êxito, não se pode negar – macular o espírito de luta e o heroismo originais da data, fazendo festas e promovendo confraternizações no que querem chamam de “Dia do Trabalho”. Não, não aceitemos tal manipulação. Primeiro de Maio é Dia do Trabalhador!

A Oposição Sindical dos Jornalistas de Minas vem, portanto, se juntar àqueles que, em todo o mundo, celebram hoje a heróica memória dos mártires de Chicago e, igualmente, mantêm vivo o compromisso da luta em defesa dos interesses do proletariado. Uma luta que passa pela negativa absoluta de conchavos de qualquer natureza com os patrões e os governos que sempre os representam. Uma luta que coloca os trabalhadores – e não hipotéticos “cidadãos” coniventes com a exploração e a humilhação que historicamente vitimam os trabalhadores. Uma luta que passa necessariamente pela criação e fortalecimento de sindicatos de trabalhadores: combativos, sérios, independentes, autônomos. Esta é a nossa luta. Este é o nosso compromisso.

Viva a luta internacional dos trabalhadores! Viva o Primeiro de Maio!

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