Hora de decisão

Com a publicação do edital de convocação em 2 de março passado está oficialmente aberto o processo eleitoral que escolherá, de 10 a 12 de maio próximo, os dirigentes da categoria dos jornalistas profissionais do estado no período 2011-2014. Trata-se sem dúvida da mais importante eleição do Sindicato dos últimos tempos, já que desta vez a categoria terá condições de fazer uma escolha a partir de alternativas concretas, de propostas abertamente diferenciadas a respeito dos seus interesses reais.

Sem falsa modéstia, nós, da Oposição Sindical dos Jornalistas de Minas (OSJM), podemos afirmar haver sido a criação da OSJM e seu fortalecimento progressivo nos últimos três anos fatores primordiais na formação deste quadro conjuntural. Pois outra coisa não temos feito em todo o período senão identificar como, quando, onde e por quem tem sido feridos e usurpados nossos direitos. Fomos nós que nos dispusesmos a percorrer sistematicamente redações e demais locais de trabalho no sentido de discutir de viva voz com os nossos companheiros trabalhadores da notícia o processo geral de desvalorização de que nossa profissão tem sido vítima.

E foi cotidiano o nosso trabalho de denúncia da transformação da maioria dos nossos sindicatos, mesmo em nível nacional, em meras correias de transmissão de interesses eleitoreiros. Também foi diário o nosso trabalho de denunciar o imobilismo da atual diretoria, que, não poucas vezes, chegou ao absurdo de culpar a própria categoria pelas imensas dificuldades por que passa – particulamente em Minas. Estivemos na capital e no interior em busca de críticas, sugestões e propostas dos companheiros da base.

Por todo este trabalho, os jornalistas mineiros terão nos próximos 10, 11 e 12 maio a oportunidade de escolher seus representantes a partir de uma reflexão mais amadurecida, crítica. É com esta medotologia de trabalho, com esta concepção de um sindicato voltado primordialmente para os interesses concretos e imediatos da categoria e com o compromisso de luta que demonstramos em todo o período que a OSJM apresenta sua chapa ao julgamento e avaliação de toda a categoria.

Não podemos deixar de lamentar, embora não se trate de algo inusitado ou inesperado, a postura de alguns dirigentes atuais do sindicato que na boca da eleição tem pretendido se apresentar como oposição, como críticos, como inovadores, chegando mesmo a se apropriarem às pressas de algumas bandeiras que há tempos temos erguido. Quanto a isso, nada podemos fazer, a não ser lamentar. Esperamos, contudo, que a atual diretoria cumpra sua obrigação mínima de criar os necessários espaços de embate de idéias entre as chapas, onde, estamos certos, poderemos travar as discussões em torno de propostas de real interesse da categoria.

À luta, pois, e à vitória.

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