Oposição por um sindicato autônomo, classista e independete


Oposição visitou as redações nas eleições para ouvir e falar com os jornalistas


O resultado da última eleição para a diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais veio provar, acima mesmo das melhores expectativas, que há um lugar para a criação e fortalecimento de uma oposição sindical em nossa categoria e, mais, que esta oposição pode legitimamente almejar a construção de um sindicato vivo, atuante, de combate, classista, independente – ou seja, um sindicato inspirado naquele que já fomos e, por razão da adoção de políticas eleitoreiras e de acomodação, deixamos de ser há mais de duas décadas.

Vejamos os números da eleição: somos um total de mais de 10 mil jornalistas em Minas, dos quais cerca de 3 mil sindicalizados. Destes, apenas aproximadamente mil companheiros estavam em dia com suas contribuições e, portanto, em condições de votar. Mas o total dos votos válidos foi de apenas 492. Ou seja, a atual diretoria do sindicato dos jornalistas de Minas foi eleita por menos de 5% dos jornalistas de Minas. O nome disso é: falta de representatividade real.

Para nós, a obtenção de 76 votos – cerca de 15% dos votantes – foi uma grande vitória. Em termos de recursos materiais, partimos do nada. A chapa situacionista, vencedora, nadou em recursos materiais e apoios da política oficial, o que incluiu ministros e ex-ministros. Nós não temos aliados entre os poderosos nem da política nem do dinheiro. E disso nos orgulhamos e fazemos questão de princípio. Mas contamos, e continuamos contando, com a convicção e a certeza de que lutamos uma luta justa. Justa e necessária e inadiável. E este número relativamente expressivo de votos que obtivemos foi o resultado, inclusive, da ida às redações e, de frente para os companheiros, com eles discutir a situação da nossa categoria e o porquê do lançamento de uma chapa de oposição.

Neste processo, recolhemos idéias e sugestões que incorporamos à nossa plataforma geral de lutas, já que o processo eleitoral constituiu constitui apenas uma das batalhas que temos que travar. Se preciso, repetiremos mil vezes: não somos oposição apenas à diretoria, não lutamos por cargos e lugares. LUTAMOS POR UMA NOVA POLÍTICA SINDICAL, independente e de luta. Que não preste contas a partidos. Que não preste conta a governos. Que não preste contas a patrões. Uma política sindical, portanto, que parta do princípio de que somos aquilo que somos: trabalhadores!

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