Unificar as campanhas pelo aumento real dos salários

As campanhas salariais têm marcado o segundo semestre da nossa categoria. Vários acordos – assessorias de comunicação, rádio e TV, jornais e revistas do interior e da capital –, têm sido fechado ao longo destes últimos dois meses com os representantes patronais. Mesmo com fracionamento dos jornalistas em diferentes setores, com sua conseqüente divisão e redução das suas forças para negociar, alguns avanços foram possíveis.

Talvez o principal deles, foi a conquista obtida pelos companheiros de Rádio e TV, cujo acordo homologado prevê um aumento de 10%, a partir de abril de 2008, sobre o piso salarial, mais 5,5% para aqueles que recebem acima do piso e abono de R$ 1.400,00 para todos. Temos aqui, a obrigação de destacar que essa conquista só foi possível pela mobilização e firmeza com a qual os companheiros defenderam seus interesses. Por outro lado, os assessores de comunicação tiveram somente um reajuste 5,9% sobre seus salários atuais, mais o aumento do tíquete alimentação para R$ 8,20 e do lanche para R$ 2,40. Já aqueles jornalistas que trabalham em jornais e revistas da capital, negociam o reajuste de 1% sobre seu piso e o reajuste dos salários entre 7% a 8%.

Diante da constatação de que somos uma mesma categoria de trabalhadores, cuja remuneração é diferente para cada setor específico, passamos a nos perguntar: Porque um piso é mais alto do que o outro? Porque os jornalistas do interior recebem menos do que os da capital? Porque alguns têm melhores reajustes em suas campanhas salariais? A reposta é clara: porque nosso sindicato ainda se orienta por uma prática sindical incapaz de fazer prevalecer os interesses dos trabalhadores jornalistas de nosso estado.

Tão óbvio quanto essas constatações, é a necessidade de nos organizarmos de forma unificada, em torno de bandeiras comuns a toda categoria como nossa campanha salarial. Se as negociações são feitas com diferentes sindicatos patronais, não importa, somo uma categoria só. Se existem datas-base diferentes, continuamos formando a categoria dos jornalistas. Não podemos aceitar nem convalidar com uma lógica que nos divide, desmobiliza e conseqüentemente enfraquece nossa capacidade de negociação. Temos de juntos – jornalistas de, TV, rádio, impresso e assessores de comunicação da capital e interior –, definirmos uma pauta de reivindicação comum e por meio do sindicato, organizarmos uma campanha unificada capaz de mostrar a grandeza de nossa categoria, para que possamos obter aumentos reais a cada ano.

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