De transparência, diploma e jornalismo público

O princípio do Estado e da organização política pressupõe transparência do ato político porque ele não é uma ação do indivíduo sobre o cidadão mas do cidadão sobre o indivíduo. A representação política não é um ato narcísico mas produto de uma ação coletiva através da representação. Portanto, o representante político tem o dever original de dar transparência de seus atos àquele que representa. E essa transparência se dá através da Comunicação Social. É nessa estrutura que aproxima e dialoga o poder com o cidadão que o Jornalismo também se realiza, garantindo o direito pétreo do cidadão de acesso à informação pública e de se expressar suas demandas através dos veículos públicos.

E nesse processo comunicacional que a formação universitária do jornalista tem feito a diferença desde o fim do regime militar e também durante ele. A Comunicação Social com todas suas imbricações colocadas na atualidade precisa de um acompanhamento científico de produção do conhecimento e sua multiplicação dentro do ambiente multidisciplinar do contexto universitário; não o ambiente mono ideológico do interior das redações-empresas, das empresas-redações e gabinetes de assessorias privadas e públicas. Permitir que estes grupos e somente eles regulem uma atividade fundamental para o processo da Comunicação Social, que é a formação de seus quadros, se torna uma ameaça universal sobre o direito de acesso do cidadão à informação. A formação superior, no mínimo, permite uma diversidade que empresas públicas e privadas não conseguem manter em seus interiores unicamente, por força de seus próprios objetivos. A formação superior é uma construção necessária para a sociedade da comunicação e da transparência num ambiente diverso.

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