Morte de cinegrafista expõe os riscos da profissão

Os jornalistas brasileiros lamentamos, nesta segunda-feira (10), o falecimento do companheiro de profissão Santiago Ilídio Andrade, 49 anos, repórter cinematográfico da Band, atingido na cabeça por um rojão na última sexta-feira, dia 7 de fevereiro, quando trabalhava na cobertura de uma manifestação contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro.

A Oposição Sindical dos Jornalistas de Minas reitera sua solidariedade aos familiares, amigos e colegas de Santiago. Mas, nesse momento de dor e luto, não pode se calar frente aos riscos a que estão expostos os trabalhadores da notícia de todo o país.

A morte de Santiago não pode ser considerada um fato isolado, nem mesmo uma fatalidade, pois não são raros os atos de violência e morte de jornalistas por exercerem sua profissão. No dia 11 de novembro de 2011, Gelson Domingos da Silva, 46, também cinegrafista da Band, faleceu após ser atingido com um tiro de fuzil durante a cobertura da operação policial na favela Antares, no Rio de Janeiro.

Em junho passado, o repórter fotográfico Sérgio Andrade Silva, da agência Futura Press, ficou cego de um olho após ser atingido por uma bala de borracha, quando cobria um ato contra o aumento de passagens do transporte público em São Paulo. E os jornalistas Rodrigo Neto, 38, e Walgney Assis Carvalho, 43, foram mortos a tiros em Ipatinga, no Vale do Aço, respectivamente, em março e abril de 2013.

O adicional de periculosidade e a aposentadoria especial são mais do que um direito, são instrumentos de melhores condições de vida do trabalhador da notícia. E a exigência da adoção de um protocolo de segurança, treinamento de pessoal e fornecimento de equipamento adequando aos profissionais da imprensa pelas empresas são uma obrigação. E a criação de uma política de segurança, garantida a autonomia dos jornalistas, deve ser uma arma contra os ricos e ameaças a que está exposta a categoria.

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