Jornalistas sofrem com atraso de salário

Em Montes Claros, no Norte de Minas, os trabalhadores da notícia, apesar do patronato insistir em precarizar a cada dia as condições de trabalho, empenham-se em exercer o jornalismo de forma crítica e consciente, mantendo viva a luta pela dignidade profissional. Durante àquela que seria a visita do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, à sede da 11ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), cancelada devido às manifestações de professores e jornalistas da Oposição Sindical, já alertávamos para o aprofundamento da precarização das condições de trabalho dos companheiros da região, com o aguçamento do acúmulo de funções, jornadas dobradas, salário baixo e assédio moral. 

E de lá para cá, apesar das denúncias, não há sinais de que esse quadro será revertido em curto ou médio prazo. E assim, os jornalistas do interior continuam angustiados na convivência diária com a permanência dos problemas, com o agravante de que nos últimos meses os trabalhadores da notícia começaram a sofrer com atrasos de salário, o que é inconcebível. Principalmente tratando-se de uma região em expansão como a do Norte de Minas, onde há riqueza, confirmada pela descoberta de reservas de gás natural, jazidas de minério de ferro, desertos verdes de eucalipto e intermináveis construções de milionárias barragens que só servem para produzir mais sem-terras. E mesmo frente às adversidades e desrespeito, a categoria procura exercer a profissão de forma digna e crítica.

Além do atraso de salários, a profissão também é aviltada com a concorrência dos estagiários de qualquer área. Basta estar na faculdade para ser contratado como estagiário de jornalismo. A consequência da desvalorização da nossa categoria é o abandono da profissão por parte de alguns companheiros, desanimados após a decisão do STF de extinguir a obrigatoriedade do diploma, ou cansados diante de uma rotina de desvalorização acabam optando por outras carreiras.

Assim como na manifestação pelo Diploma, que adiou a visita do Ministro Gilmar Mendes a Montes Claros, não ficaremos passivos frente a essa realidade. É urgente a união de toda a categoria. Os meios de comunicação são lucrativos, temos de impor ao patronato o nosso valor. Permanecermos vivos diante dos ataques do patronato é essencial para, juntos jornalistas do interior e da capital, com a presença física e política da representação sindical em todo o interior do estado, garantirmos nossa sobrevivência com dignidade, livre dos desrespeitos e ameaça dos patrões.

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