Nota de apoio aos jornalistas de Sete Lagoas

A Oposição Sindical dos Jornalistas de Minas (OSJM) empenha todo seu apoio aos companheiros de Sete Lagoas, na região central do Estado, que em carta aberta aos jornalistas da cidade refutaram as declarações feitas em nome da Associação de Imprensa de Sete Lagoas (Assim), que aviltam nossa profissão.

Para além da defesa do exercício ético do jornalismo, a manifestação dos companheiros de Sete Lagoas, que rejeitam qualquer possibilidade de a Assim representar os jornalistas sete-lagoanos, põe na ordem do dia a necessidade da independência e autonomia da categoria.
Leia abaixo a carta de Sete Lagoas.

CARTA ABERTA DOS JORNALISTAS DIPLOMADOS PROFISSIONAIS DE SETE LAGOAS


Os jornalistas diplomados profissionais que atuam em veículos de comunicação e em empresas públicas e privadas de Sete Lagoas vêm, por meio deste documento, esclarecer que a Associação de Imprensa de Sete Lagoas (Assim) não representa todos os jornalistas e profissionais da área de comunicação e que quaisquer ação e pronunciamento desta nunca foram e nem serão feitos em nome dos jornalistas. A classe de jornalistas diplomados profissionais entende que as práticas comerciais da Assim não compactuam com o exercício sério do jornalismo enquanto instrumento de cidadania e democracia através da informação verdadeira, isenta e imparcial.


Esta iniciativa faz-se necessária, uma vez que a referida Associação se pronunciou em nome da imprensa sete-lagoana durante coletiva no Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sete Lagoas (SAAE) na manhã do dia 19 de janeiro, surpreendendo a todos os presentes. Em público e se dirigindo à presidência da autarquia, o integrante da Assim alertou que, para que o SAAE tivesse o apoio da imprensa local, seria necessário um “faz-me rir”, referindo-se à verba publicitária por meio de anúncios da autarquia nos veículos locais.


Temos ciência de que um jornal não se mantém sem receita e que a prática publicitária é, inclusive, determinante para a sobrevivência de um veículo de comunicação. Até aqui, não há novidade nessa relação. No entanto, o que queremos com esse documento, é evidenciar que a relação corrompida dos veículos de comunicação com suas fontes, que negociam apoio ou ameaçam veladamente a depreciação, em nada contribui para o desenvolvimento da nossa cidade, quando não se ocupa do fundamental papel do jornalismo: ser fonte por onde a população se informa do que acontece na cidade, em seus diversos aspectos. Essa forma arcaica de fazer comunicação, por não se preocupar com a qualidade da informação que produz, mas com interesses outros, torna o ambiente de Sete Lagoas pouco profissional, desvaloriza a categoria e ignora a responsabilidade que o conteúdo dos veículos possuem na formação de opinião dos cidadãos.


Nossa manifestação legítima preza pela prática do jornalismo ético e compromissado com a verdade, que beneficia tão unicamente a população e aponta críticas, caminhos e alternativas para que se possamos, juntos, construir uma cidade menos violenta e mais moderna para se viver. Esta Carta Aberta é também uma forma de dizer que, por acreditarmos em uma Sete Lagoas mais digna, nos manifestamos: informação não é comércio, é um direito de todos.


Este documento foi elaborado pelos profissionais que atuam em Sete Lagoas, em homenagem ao nosso saudoso colega e jornalista, Fred Rezende.


JORNALISTAS DIPLOMADOS PROFISSIONAIS DE SETE LAGOAS

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