Demissões no Hoje em Dia expõem precarização da profissão

A exemplo do que acontece cotidianamente em todos os cantos do país, mais uma vez a mão pesada do arbítrio e da voracidade patronal desaba sobre jornalistas mineiros. Na tarde do dia 14 passado, foram sumária e grosseiramente demitidos do jornal Hoje em Dia os companheiros Carlos Lindenberg, Rogério Perez, Eduardo Murta, Maria Eugênia Lages, Oridana Panicalli e Tarcísio Duarte, que exerciam cargos de chefia na redação do veículo, onde trabalhavam há cerca de vinte anos.

O motivo alegado para as demissões foi o de sempre: a hipotética necessidade de adequação do veículo às exigências do mercado, para tornar o Hoje em Dia mais competitivo e assim aumentar o número de vendas do impresso. Foi o que afirmou o novo diretor-presidente do jornal, Sidney da Silva Costa, na tentativa de afastar o clima de apreensão e insegurança instalado na redação com o desligamento destes antigos companheiros.

De fato, as mudanças ocorridas no Hoje em Dia e a proposta de trabalho apresentada pela nova chefia de redação – cujo eixo é o aumento da produtividade, do lucro –, expõem a precarização das relações de trabalho dos jornalistas. Se de um lado está o interesse dos patrões de aumentar seus dividendos, do outro está a necessidade de investimento em infra-estrutura, tecnologia e pessoal para que estes objetivos sejam alcançados.

Entretanto, na lógica patronal, o meio mais fácil e rápido para aumentar seus lucros é o aprofundamento da exploração sob a classe trabalhadora. É por essa razão que a Oposição Sindical dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais propõe que a diretoria do Hoje em Dia assine já um termo aditivo garantido a estabilidade dos jornalistas durante este período de transição, enquanto amplia o número de profissionais na redação, cria um plano de cargos e salários, aumenta sua frota de veículos, números de celulares disponíveis aos repórteres e investe em tecnologia da informação, para que as novas exigências da empresa sejam atendidas sem que sejam sacrificados os direitos dos trabalhadores da notícia.

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