Estado de Minas chantageia categoria

Em meio às negociações da Campanha Salarial de 2009, a direção do jornal Estado de Minas (EM) anunciou em agosto, a demissão de cerca de 20 jornalistas, cujos salários são considerados pela empresa altos demais. E assim, dá continuidade ao processo de saneamento da empresa. Isso mesmo, pois o fechamento do Diário da Tarde (DT) e a demissão dos companheiros que lá trabalhavam foi feita a partir dessa lógica.

E, a exemplo das demissões no DT, o anúncio das dispensas no EM acontecem intencionalmente no período em que a categoria reivindica melhorias salariais. E desta forma, empunhando a faca contra o pesco dos jornalistas, a direção do jornal atravanca as negociações da campanha salarial para não pagar valores retroativos se caso tais demissões forem efetivadas. E, nesse episódio, aproveita-se da situação para chantagear a categoria, ao insinuar na redação que as demissões com recontratação como pessoa física, sem os direitos garantidos pela CLT seria uma forma de impedir que mais profissionais fossem demitidos. Isso é chantagem! E tem como único objetivo dividir a categoria.

Não podemos nos curvar a mais esse ataque, pois mesmo que essas demissões não aconteçam, e sejam de fato um blefe para pressionar nossa categoria a aceitar um acordo salarial rebaixado, temos sempre de reagir a qualquer hipótese de precarização da nossa profissão. Não podemos nos esquecer que se caso essas demissões com contratações precárias aconteçam e se legitimem, na prática, outras redações e os companheiros que não recebem os tais altos salários em futuro bem próximo também poderão ser prejudicados – assim como já acontece com boa parte dos jornalistas que trabalham em assessorias de comunicação e não têm carteira assinada.

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