Campanha Salarial: Diretoria propõe aprovação de proposta rebaixada
Na última quinta-feira (16), a diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) propôs, formalmente, aos jornalistas de rádio e TV que aceitassem a vergonhosa oferta patronal de 7% de reajuste. Pressionada pelo tempo e pela falta de alternativa oferecida pela diretoria do Sindicato, os companheiros de rádio e TV não viram outra saída que não fosse fechar o acordo.
Além de estar abaixo do INPC para a data base da categoria (8,42%), o reajuste será parcelado: 5% retroativo a abril e 2% em setembro, incluindo o abono de R$ 2 mil, dividido em duas vezes, que não incide sob nenhum direito trabalhista. Portanto, não representa ganho real. É lamentável, mas não é de se estranhar que a diretoria do SJPMG tenha considerado essa a melhor proposta para a categoria. Não, não é! Como sabemos, a inflação real, aquela sentida no bolso e na fila do supermercado, está muito acima do INPC.
Neste ano, nem mesmo a velha desculpa usada por gestões anteriores de que a categoria não se mobiliza pode ser usada. É importante registrar que os jornalistas de rádio e TV encaminharam à diretoria um abaixo-assinado com cerca de 40 assinaturas, solicitando a realização de uma assembleia. A diretoria do SJPMG preferiu dar andamento às negociações com o sindicato patronal sem ouvir o que esses companheiros tinham a dizer.
Mais do que um erro e um desrespeito, essa postura é expressão da condução apática da campanha salarial de 2015 pela diretoria do SJPMG. Uma campanha salarial deve ser articulada com as negociações com os patrões e a mobilização da categoria, debates, panfletagens e assembleias para discutir os rumos da campanha. Como diria Brechet: Que tempos são estes, em que é necessário defender o óbvio?
Está claro para nós que é preciso reagir. É preciso mobilizar a categoria para impedir nova derrota na negociação do acordo coletivo dos jornalistas que trabalham nas redações de impresso, interior e assessorias de comunicação. Para o impresso, os patrões tenta costurar uma proposta parecida com a oferecida aos jornalistas de rádio e TV. Sobre as negociações com os veículos do interior e assessorias de comunicação não se tem notícia.
Enquanto os patrões conduzirem a campanha a seu bel-prazer, sem se sentirem pressionados, com uma diretoria sindical passiva, a tendência é sofrermos novas perdas. Não podemos aceitar essa política de achatamento salarial. Não tenham dúvidas que se aceitarmos o reajuste abaixo da inflação, no próximo ano, o sindicato patronal se sentirá mais uma vez livre para arrochar a categoria e impedir a queda da sua taxa de lucro.
Mais do que nunca, precisamos mobilizar os trabalhadores da notícia contra o achatamento salarial. A luta, pois, e à vitória! Aumento real já!
Belo Horizonte, 20 de julho, Oposição Sindical dos Jornalistas de Minas