Hoje em Dia impõe jornada de 8 horas para jornalistas
Há cerca de um mês, os jornalistas que trabalham na redação do Hoje em Dia estão sendo obrigados a cumprir uma jornada formal de oito horas. A mudança de sete para oito horas foi comunicada pela direção do jornal após a empresa perder a ação na qual um funcionário questionava a não realização do intervalo para descanso durante sua jornada habitual.
Sob a alegação de que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevalece à convenção coletiva da categoria, a empresa decidiu implementar uma hora de intervalo para os jornalistas, cuja jornada era de sete horas. Para além das implicações pessoais e do desgaste de ter de interromper a apuração para cumprir a nova determinação, sempre sob a pressão do ‘fechamento’, a extensão formal do horário de trabalho representa uma redução salarial, levando-se em consideração que não houve aumento do salário e que agora ele deve ser calculado com base em oito horas diárias de trabalho.
No combate à precarização das nossas condições de trabalho, é imperativo empunharmos imediatamente a bandeira pela jornada de cinco horas, pagamento de horas extras e fim do banco de horas, sob pena de em alguns anos sermos submetidos a uma jornada formal ainda maior.
A jornada de cinco horas, com a possibilidade de extensão para sete horas, é fruto de lutas históricas dos jornalistas. É preciso resgatarmos a tradição de combatividade da categoria sem submeter nossa prática sindical ao julgo da institucionalidade. É preciso travarmos esta batalha tão conscientes das imposições legais, quanto da legitimidade das reivindicações dos trabalhadores da notícia, pois só assim avançaremos na luta pelos nossos direitos.