Contradições do Congresso Estadual do Jornalistas impõem a necessidade da reestruturação do sindicato pela base

Entre todas as contradições do 12º Congresso Estadual dos Jornalistas de Minas – aprovar no regimento o uso da palavra e encaminhar que as perguntas fossem feitas por escrito nos debates; propor a extensão formal da jornada da categoria para 7h de trabalho e retirá-la da pauta sem uma autocrítica; contar com o patrocínio de empresas e governos comprometendo a independência do sindicato – uma das mais intrigantes, foi a supressão, por apenas dois votos, da tese da Oposição Sindical dos Jornalistas de Minas pela diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais.

Na tese, a OSJM defende a reestruturação do sindicato pela base, propondo que seja garantida a ampla participação da categoria, sindicalizados ou não, em todos os processos do SJPMG, incluindo as votações às diferentes instâncias do sindicato, tomando como princípio a participação de toda a categoria no debate sobre a alteração do estatuto do Sindicato. Estatuto, que conforme revelaram alguns membros da diretoria, deverá ser alterado provavelmente neste ano. Sem dúvidas, a aprovação da tese da Oposição Sindical durante o 12º Congresso legitimaria a intenção da diretoria em realizar as mudanças estatutárias e ampliaria  debate com a categoria.

Deixada de lado mais esta contradição, frente à possibilidade e necessidade de que o estatuto seja alterado, a Oposição Sindical mantém sua proposta de que um amplo debate seja realizado com a categoria sobre as mudanças estatutárias, garantindo assim que as alterações sejam expressão da vontade e força política de toda a base do SJPMG, interior e capital, e não somente um mero instrumento burocrático.

É preciso superar a herança “Estado Novista” do sindicalismo brasileiro, que atrela os sindicatos formalmente à estrutura estatal. É preciso desburocratizar os sindicatos, retomando sua tradição de luta. É preciso construirmos um sindicalismo autônomo, independente e consciente, de trabalhadores, para trabalhadores, com ampla e irrestrita participação de cada categoria. É esta a bandeira da Oposição Sindical, é a reestruturação do sindicato pela base a palavra de ordem que os delegados da OSJM irão levar para o 35º Congresso Nacional dos Jornalistas, em novembro, no Acre.

Adriano Boaventura defendendo a tese da Oposição Sindical


Aloísio Moraes propondo a supressão da tese da Oposição Sindical


Leo Leal em nova defesa da tese da Oposição Sindical

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