Contra demissões em massa, estabilidade já!
Demissões sumárias e em massa, como a ocorrida no jornal O Tempo nesta semana, infelizmente fazem parte de uma absurda realidade de desrespeito e desvalorização dos trabalhadores da notícia, que inclui o descumprimento de obrigações trabalhistas por parte dos pratões e práticas criminosas como o assédio moral.
As demissões dos jornalistas do O Tempo em plena pandemia do novo coronavírus (Covid-19) nos causa ainda mais indignação, mas não estranheza. É justamente nos momentos de crises agudas que a burguesia demonstra sua verdadeira face: a da falta de compaixão, solidariedade e humanismo em nome do lucro.
Não podemos tomar essas demissões como um fato isolado, pois a crise do coronavírus provavelmente será utilizada como justificativa para novas demissões e/ou tentativas de redução salarial. É preciso reagir! Por isso retomamos aqui nossa proposta de estabilidade para os jornalistas.
É nessa mesma crise causa pela pandemia – cuja classe trabalhadora será a principal vítima, seja pela doença ou pela retirada de direitos trabalhistas, achatamento de salários e desemprego –, que a importância do trabalho dos jornalistas para informar e esclarecer a população sobre o novo coronavírus e seus riscos tem sido cada vez mais reconhecido.
O simples fato de o trabalho dos jornalistas ser uma atividade de interesse público e hoje cada vez mais essencial, já é motivo suficiente para termos a garantia da estabilidade. Portanto, não se trata de uma proposta sem fundamento. Como se sabe, a estabilidade no emprego dos trabalhadores da iniciativa privada foi suprimida pela ditadura militar em 1966.
Ao propormos a estabilidade, não estamos apenas – o que está correto – defendendo a garantia do emprego de nossos companheiros, mas também a possiblidade do exercício de um jornalismo digno, crítico e transformador. Pois é claro que sem a arma da demissão os patrões perderão influência sobre o conteúdo das notícias, uma vez que os jornalistas teremos mais autonomia sobre o nosso trabalho. ESTABILIDADE JÁ!
Oposição Sindical: Independente, Consciente e de Luta (Chapa 1)