Patrões negam aumento real e diretoria propõe divisão da categoria

Aumento real de 12% e unificação do piso. Essas são duas das reivindicações aprovadas durante a assembleia realizada, no dia 28 de janeiro, convocada para definir a pauta da campanha salarial deste ano. Passado pouco mais de seis meses, o sindicato patronal se recusa a pagar o que é de direito aos jornalistas e a diretoria do SJPMG inclui um novo ponto na pauta que irá enfraquecer a categoria.

A “inclusão de cláusula de negociação de demandas de condições de trabalho específica por empresa, conforme solicitado pelo Sindicato” é no mínimo um ato de irresponsabilidade. Se permitirmos a inclusão dessa aberração jurídica na convenção deste ano, na prática, o conjunto dos jornalistas não irá mais compor uma categoria e os patrões poderão negociar acordos por empresa, já que o direito coletivo não será mais observado. Vale lembrar que cláusulas como essa costumam ser renovadas a cada negociação salarial.

Com essa proposta, a “nova” diretoria do SJPMG marcha na contramão da história. Em Brasília, o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal conquistou a unificação do piso salarial. No Espírito Santo, os jornalistas rejeitaram a contraproposta patronal e aprovaram estado de greve. E em Minas, como será? Aceitaremos um reajuste que rapidamente será corroído pela inflação, iremos nos dividir e enfraquecer a categoria?

Mais uma vez a realidade impõe aos jornalistas mineiros a necessidade de demonstrar a força da categoria, sua capacidade de união na luta pela valorização e dignidade profissional. Diga não à proposta patronal! Diga não à negociação específica por empresa! Diga não ao enfraquecimento da categoria! Pela unificação dos jornalistas da capital e do interior! Aumento real já!

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