Honrar o 1º de maio é combater o aparelhismo dos sindicatos

Em 1886, em Chicago, milhares de operários saíram às ruas para reivindicar a redução da jornada laboral de 13 para oito horas diárias e condições dignas de trabalho. Nos dias posteriores, diversas manifestações continuaram ocorrendo e, no dia 4 de maio, em um conflito de rua entre policiais e manifestantes, 12 trabalhadores foram assassinados pela polícia. Outras dezenas de manifestantes foram feridos e presos. E, no dia 21 de junho de 1886, cinco deles foram condenados à morte: Georg Engel, Adolf Fishcer, Albert Parsons, Auguste Spies e Louis Linng.

Nos dias de hoje, lembrar o 1º de maio de 1886 deve ser algo que vá além da devida homenagem aos mártires de Chicago. Nos impõe a necessidade de resgatarmos o real significado da data – um dia de luto e luta.

As oito horas de trabalho que foram conquistadas por enfrentamentos posteriores do proletariado mundial, continuam na pauta de todos os trabalhadores, pois estes ainda sofrem com as ampliadas jornada, possibilitadas pelos bancos de horas, além das diversas e rotineiras situações degradantes de trabalho. De outro lado, a força dos trabalhadores para proteção de seus interesses e reinvidicações – os sindicatos – seguem exercendo força contraria aos interesses de seus trabalhadores.

O esvaziamento das lutas sindicais, em virtude de aparelhamento por partidos que visam unicamente interesses próprios, é fator decisivo no atraso da melhoria das condições de trabalho hoje. As centrais sindicais que servem como correia de transmissão de empregos e que recebem todas as benesses alinhadas aos partidos como a CUT, a Força Sindical, CTB, CGT, CSB representam um atraso deplorável na conquista de um sindicalismo que esteja ao lado de sua categoria.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas serve como exemplo claro, prova disso é a omissão do sindicato em relação às manifestações de junho em relação à Copa do Mundo tendo realizado, ano passado, o Encontro Nacional dos Assessores de Imprensa – Enjai Minas – e o Congresso Nacional da Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj – para falar sobre as “vantagens” da Copa, virando as costas para realidade de milhares de trabalhadores jornalistas, enquanto estes sofriam com a falta de estrutura de trabalho na cobertura das manifestações; com a repressão policial brutal; com demissões arbitrárias em diversos veículos de comunicação; e com situações rotineiras como assédio moral e salários irrisórios. Nada contra a legitimidade de partidos, mas o sindicalismo deve, exclusivamente, bradar pela luta de seus trabalhadores.

Neste 1º de maio a Oposição Sindical vem reafirmar os esforços pela conquista de um sindicato autônomo, independente e consciente contra o aprelhismo do sindicato. Saudamos este dia histórico na luta dos trabalhadores! Por um sindicalismo autônomo e independente! Por avanços reais nas conquistas dos direitos dos trabalhadores jornalistas!

1º DE MAIO, DIA DE LUTA!

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